segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SETE BILHÕES DE NÃO ABORTADOS (CRISMA)

O mundo nesta primeira década do Século XXI chegou a sete bilhões de vivos, isto é, sete bilhões de não abortados. Porque os fetos humanos abortados, os que não tiveram chance alguma de se tornarem pessoas, por decisão da mãe ou do casal e de parteiros ou médicos, foram juntar-se aos bilhões, ou quem sabe, trilhões de óvulos e espermatozóides que tinham virado embrião, mas não viram a luz. Os legisladores e governantes daquele país decidiram por decreto que um feto só merece o nome de pessoa com direitos depois de 14 semanas. Antes disso é um monte de carne a caminho do milagre da vida humana. Um acidente interno ou um remédio ou uma agulha ou um aparelho sofisticado interrompeu sua viagem. Na mesma época nós nascemos. A nós foi permitido ver a luz. Quem nos concebeu numa hora intensa de entrega mútua nos quis vivos: mulher e homem.
 
Se você é de uma família religiosa, é provável que seus pais considerem você um presente de Deus, um filho sagrado, um dom do céu. Para eles a semente dele e o óvulo dela foram abençoados e você é fruto do amor e da fé. Deus os escolheu para serem seus pais e escolheu você para ser filho ou filha deles. A fé num criador faz isso!
É por esta razão que, por mais difícil e incerto que fosse, eles não abortaram você. Um médico ou uma enfermeira ajudaram seus pais a trazer sua frágil vida para a luz. E você está aí, vivo, amado, respeitado pelo casal que Deus escolheu para lhe proporcionar a vida que hoje você tem. O corpo foi formado dentro da mãe. Mas a pessoa que você é demorou bem mais a ser formada em ombros, colo, beijos e abraços da família inteira. Depois veio a escola, a rua, o trabalho. E aí está você, pessoa que não rouba,não mata, não desvia dinheiro do povo e acredita em conviver para viver…
 
Sua história é como a do grande fruto que daqui a pouco não será mais o fruto que era, porque terá sido transformado em alimento… Você foi um embrião concebido, depois feto, depois bebê, depois criança, depois adolescente, depois jovem e agora é adulto que ama alguém e está pronto a continuar a cuidar de vidas que Deus manda a este mundo por intermédio do seu espermatozóide e do óvulo dela. E num leito e amor fará muitas vezes o gesto de entregar-se e receber, em beijos e abraços que parecem uma refeição. Mas é o ritual de acasalamento que gera mais afetos e eventualmente outra vida.Você não tão diferente dos ursos, do macaco e das aves. Se quiser ser, será. Depende do que fará com seus sentimentos e sua cabeça. Bilhões de humanos passaram a vida a comer, beber, dormir e fazer sexo. Não deram significado algum ao que faziam. Agiam como bois, patos e galinhas, melões e melancias. Cresceram viveram, enxertaram-se, botaram ovos, tiveram filhotes, ou no caso dos melões e melancias incharam, amadureceram e foram comidos. Pronto! Acabou!
Nem pronto, nem acabou! Para eles tudo continuou, mas sem terem levado os significados daqui para a eternidade. Você levará!
E que você tem a cultura da graça, do amor e da vida. Não se sente dono de nenhuma vida, nem mesmo da sua. Você a usa de empréstimo, porque o dono da sua vida, da vida dos seus filhos é Deus. Então, você respeita, pede luzes e faz de tudo para cuidar desse dom sagrado que está agora em suas mãos.
Mas milhões de embriões e fetos não tiveram a mesma sorte. Nasceram em família que não crê muito nessas coisas. Lá, pai e mãe se sentem donos do sexo que praticaram e do seu resultado. Fizeram sexo sem perguntar a Deus e agora extraem o resultado sem consultá-lo. Ou crêem que ele existe, mas não apita por aqui ou não acham que ele existe!
Um dia, porque ficou difícil, porque não convinha, porque seu nascimento atrapalharia a vida dela, dele ou dos dois, porque não tinham certeza de que eles viriam sadios, decidiram que interromperiam aquela vida. Seu fruto não concluído foi sugado, tirado do ventre da mulher. Dois ou três deles acabaram de vez, ou algum talvez tenha sido guardado numa garrafa em formol, para que as pessoas vejam como é um feto de ser humano a quem não foi permitido nascer.
A pessoa que não crê em Deus ou diz crer em Deus, mas não segue a lógica do autor da vida não tem a menor dúvida de que manda naquele feto. Senhores da própria vida e de qualquer vida que se aloje dentro da mulher, o casal decide. Tira, mata, interrompe e lutam por leis que lhes permita tirá-lo de maneira saudável no hospital. Proclamam que estão acima de Deus. Deus é uma idéia e eles são realidade. E a realidade é esta: não querem aquele feto.
Dizem que um filho não tem nada a ver com o criador do universo; é coisa deles, ventre e óvulo dela e espermatozóide dele. Se quiserem criarão e se não quiserem mandarão tirar. Vale o que eles sentem: a vida é deles, inclusive a do filho feto porque foram eles que o fizeram.
E brigam feio com a Igreja católica à qual brindam como o feio apelido de retrograda, porque defendemos o direito de toda e qualquer vida que foi concebida e que ainda não pode falar por si mesma. Nós brigamos por ela contra os pais que não a querem. Não acreditamos em interromper uma vida. Eles acreditam.
E aí está você. Ninguém precisou brigar por você . Seus pais o queriam. Acreditaram que Deus criou você neles e aceitaram sua vinda. Provavelmente estão felizes de ter trazido você ao mundo; valeram todos os sacrifícios.
É assim a nossa catequese do nascer. Deus quis e seus pais quiseram. Como cremos que o dono da vida é Deus, cremos também que Ele decidirá o que fazer com o casal que não quis a vida que recebeu de presente. Não vai ser fácil o encontro deles com Deus. Mas como Deus é misericordioso terão diante dele a chance que não deram ao fruto que se formou naquele ventre!